sexta-feira, 26 de junho de 2009

Em palavras

Fui internada de novo... muitos remédios... quando durmo não sonho... apenas deixo de existir... em paz... mas acordei, e vi meu corpo feito de palavras... não palavras inscritas...eram narrativas se sobrepondo, histórias se aprofundando... não há sangue, não há ossos, não há pele, apenas letras que me sustentam e correm em meu corpo.
Sinto-me viva! Feliz por essas palavras dentro de mim, que me vem à pele...
Mas as palavras começam a me abandonar, corri, em busca de socorro e elas caíam... fui me dissolvendo...
Vi, as palavras que sou, caídas ao chão... sua coesão agora esparsa em Dada, mas ainda era eu...
Tive medo, então tentei juntá-las... colar e engolir as letras perdidas, mas elas voltavam a cair...
já desesperada pelo vazio que sentia, olhei ao redor e achei belo o desconexo em mim... sorri... esvaí-me.

Não, não me junte. Agora faço sentido.

Anna